A reforma tributária já é uma realidade no Brasil e promete transformar completamente a forma como as empresas pagam impostos. Mas, se o sistema atual já parece confuso para muitos empresários, o novo modelo exige ainda mais atenção e preparo. Essa não é apenas uma mudança de leis — é uma mudança de lógica.
Neste artigo, você vai entender, passo a passo e com uma linguagem simples, o que está mudando, como isso afeta diretamente o seu negócio e o que você precisa fazer agora para não ser pego de surpresa.
Por que a reforma tributária é importante para o empresário
Vamos começar do básico: o sistema de tributação no Brasil sempre foi complicado. Muitos impostos, regras diferentes para cada estado e município, dificuldades para saber quanto pagar, quando pagar e como pagar. Para quem é empresário, isso vira um desafio constante e um risco real de pagar mais do que deveria ou de cometer erros involuntários.
Agora imagine que esse sistema inteiro está sendo reformulado. A chamada reforma tributária é a maior mudança nas leis de impostos do Brasil em mais de 50 anos. E não é exagero dizer que ela vai transformar completamente a forma como as empresas lidam com tributos.
Se você é empresário, mesmo que não entenda nada de tributos, precisa se preparar. Porque os impactos serão diretos no seu caixa, no seu planejamento financeiro, na forma de precificar produtos e serviços e até nos contratos com fornecedores e clientes.
Vamos explicar passo a passo o que vai mudar e o que você precisa saber para manter sua empresa segura, competitiva e em conformidade.
O que é a Reforma Tributária e quais são seus objetivos
A reforma tributária tem como base a Emenda Constitucional 132/2023. O objetivo principal é simplificar o sistema, que hoje é confuso, cheio de exceções, com muitos impostos sobre o consumo (o que você compra ou vende).
Hoje, cada empresa precisa lidar com pelo menos cinco tributos diferentes sobre bens e serviços: ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI. Cada um tem regras diferentes, datas diferentes, alíquotas diferentes. Isso gera um custo altíssimo de burocracia e um risco enorme de erro.
A reforma propõe unir todos esses tributos em dois:
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CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): um imposto federal que vai substituir PIS e Cofins.
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IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): de competência estadual e municipal, vai substituir ICMS e ISS.
Além disso, será criado o Imposto Seletivo (IS), que incide sobre produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcoólicas.
A promessa é que o sistema fique mais claro, mais justo (quem consome mais, paga mais), e com menos distorções. Mas isso também significa que toda a forma de apurar e pagar impostos será diferente.
Principais mudanças na prática
Vamos ver o que isso significa no dia a dia do empresário:
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Unificação dos tributos: ao invés de lidar com cinco ou mais tributos sobre consumo, você terá dois principais: CBS e IBS. Isso facilita o cálculo e reduz o tempo gasto com obrigações acessórias.
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Cobrança no destino: hoje, o ICMS é cobrado no local onde a empresa está sediada. Com a reforma, a regra será cobrar no local onde o bem ou serviço é consumido. Isso muda toda a estratégia de localização de filiais, por exemplo.
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Alíquota única nacional: será estabelecida uma alíquota padrão, o que facilita o planejamento e reduz a insegurança jurídica.
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Crédito financeiro: você terá direito a crédito de imposto por qualquer aquisição feita para a empresa. Isso é diferente do que temos hoje, em que muitos créditos são negados ou limitados.
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Fim da guerra fiscal: estados e municípios não poderão mais oferecer incentivos para atrair empresas. Isso muda as decisões sobre onde abrir ou manter o seu negócio.
Impactos para empresas do varejo e serviços
Para quem atua no varejo e em serviços, a reforma traz impactos diretos.
No varejo, pode haver redução da carga tributária, principalmente se a empresa estiver em um estado que hoje cobra ICMS elevado. Já no setor de serviços, onde hoje a alíquota é relativamente baixa (como ISS de 2% a 5%), o novo sistema pode representar aumento da carga.
O principal ponto é: a forma de apuração muda completamente. O crédito financeiro permitirá recuperar o imposto pago em qualquer etapa da cadeia, o que favorece empresas que compram muitos insumos e revendem com maior valor agregado.
Exemplo prático: imagine uma empresa de consultoria que hoje paga 3,65% de PIS/Cofins e 5% de ISS. Com a reforma, essa empresa pode passar a pagar algo entre 25% e 27% de alíquota total. Isso exige um ajuste no preço do serviço ou um ganho de eficiência.
Regimes especiais e exceções
Nem tudo será uniforme. A reforma prevê alíquotas reduzidas para setores essenciais, como:
- Serviços de saúde
- Educação
- Transporte público
- Produtos da cesta básica
Além disso, MEIs e empresas do Simples Nacional continuam com regime simplificado, mas precisam ficar atentos: mesmo no Simples, poderá haver recolhimento separado de IBS e CBS em alguns casos.
Empresas de grande porte terão tratamento de transição, o que exige planejamento para evitar perdas ou multas.
Período de transição
A implementação será gradual:
- 2026: início da cobrança de uma pequena parcela da CBS e IBS.
- 2027 a 2032: transição onde o sistema antigo e o novo funcionarão em paralelo. A carga do sistema antigo vai diminuindo e do novo vai aumentando.
- 2033: fim do sistema antigo e adoção plena do novo modelo.
Essa fase exige acompanhamento constante, pois todos os anos as alíquotas mudam e as obrigações também.
Ajustes necessários na gestão empresarial
Para não ser pego de surpresa, sua empresa precisa se antecipar:
- Atualização de sistemas: os ERPs e softwares fiscais devem estar prontos para lidar com o novo modelo.
- Capacitação da equipe: colaboradores que lidam com vendas, faturamento, compras e financeiro precisam entender o básico das novas regras.
- Revisão de contratos: com as novas alíquotas, é preciso prever reajustes e renegociações.
- Planejamento financeiro e tributário: simular a nova carga e ajustar margens de lucro, precificação e prazos.
O papel do contador na reforma
Mais do que nunca, o contador será essencial. Ele vai orientar sobre:
- Como calcular e recolher os novos tributos
- Como aproveitar os créditos disponíveis
- Como evitar erros e penalidades
- Como reorganizar a empresa para se adequar ao novo sistema
A SABER Contábil tem acompanhado cada etapa da reforma e está pronta para ser o suporte estratégico da sua empresa nesse processo.
Como a SABER Contábil pode ajudar
A SABER Contábil não apenas executa as obrigações fiscais, mas orienta de forma estratégica. Veja como podemos ajudar:
- Diagnóstico completo dos impactos da reforma no seu negócio
- Simulações da carga tributária futura com base em diferentes cenários
- Treinamentos personalizados para sua equipe
- Atualizações constantes com cada etapa da implementação
- Planejamento tributário preventivo
Conclusão: quem se antecipa, sai na frente
A reforma tributária está em andamento e vai transformar a forma como as empresas brasileiras operam. Entender essas mudanças é essencial para manter a competitividade e evitar prejuízos.
Conte com a SABER Contábil para analisar, planejar e orientar cada passo da sua empresa nesse novo cenário tributário.
Entre em contato e solicite um diagnóstico personalizado.
Quem se prepara hoje, evita problemas amanhã e garante vantagem no mercado.