Se você é dono de um negócio, mesmo que pequeno, provavelmente já sentiu na pele como o sistema de impostos no Brasil pode ser confuso. São tantos nomes, regras, siglas e formulários que, muitas vezes, fica difícil até saber se a gente está pagando certo.
Agora, com a chegada da Reforma Tributária, muita gente está com medo de que tudo fique ainda mais complicado. Mas a verdade é que essa mudança pode ser uma oportunidade — se a gente entender direitinho o que vai mudar e como se preparar.
Neste artigo, vamos te explicar de forma clara e simples o que é essa reforma, por que ela está acontecendo, o que muda de verdade para empresas de todos os tamanhos e como você pode se organizar para pagar menos impostos e evitar dor de cabeça.
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ToggleAntes da reforma: por que o sistema atual é tão complicado?
Hoje, as empresas brasileiras precisam lidar com um verdadeiro emaranhado de impostos. Cada tipo de imposto tem suas próprias regras, datas de pagamento, cálculos diferentes e até formulários diferentes. Além disso, dependendo do estado ou município onde sua empresa está, as regras podem mudar completamente.
Por exemplo, temos o PIS e a COFINS, que são federais. Também tem o ICMS, que é estadual, e o ISS, que é municipal. Isso sem falar do IPI e outros tributos mais específicos. Cada um desses impostos tem uma base de cálculo diferente e obrigações acessórias — ou seja, papéis e declarações que você precisa entregar só para provar que pagou direito. Isso custa tempo e dinheiro.
A consequência é que muitas empresas, principalmente as pequenas, acabam gastando uma fortuna só para conseguir ficar em dia com o fisco. E mesmo assim, vivem com medo de cometer algum erro e levar multa. É como andar em um campo minado.
O que é a Reforma Tributária e qual é a grande mudança?
A Reforma Tributária, aprovada pela Emenda Constitucional 132/2023, tem um objetivo bem claro: simplificar esse caos. Em vez de tantos impostos diferentes, o governo quer criar tributos mais simples, com regras iguais em todo o Brasil.
Na prática, vários impostos serão substituídos por dois principais: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que vai substituir o PIS e a COFINS, e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que vai unificar o ICMS e o ISS. Também será criado um Imposto Seletivo para produtos que fazem mal à saúde ou ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcoólicas.
Esses novos impostos funcionarão no modelo de IVA (Imposto sobre Valor Agregado), que é comum em outros países. Isso significa que o imposto só será cobrado sobre o valor que foi adicionado em cada etapa da produção ou prestação de serviço. Ou seja, vai acabar aquele problema de pagar imposto sobre imposto, o famoso efeito cascata. Além disso, a cobrança será no destino, ou seja, onde o consumidor final está. E não onde o produto ou serviço foi produzido.
E para micro e pequenas empresas? O Simples vai acabar?
Não! Essa é uma das maiores dúvidas que a gente escuta por aí, mas o Simples Nacional continua existindo. O MEI também. Isso significa que micro e pequenas empresas vão continuar pagando seus tributos em uma guia única e com alíquotas reduzidas.
A grande novidade é que agora, quem compra de uma empresa do Simples poderá usar o valor do imposto pago como crédito. Isso não era possível antes. Na prática, isso torna sua empresa mais atrativa para grandes compradores, como indústrias ou redes de varejo. Eles não vão mais evitar fazer negócios com pequenas empresas por medo de perder crédito tributário.
Mas atenção: para que isso funcione, será necessário que a empresa esteja com suas notas fiscais e sistemas atualizados, de forma a identificar corretamente a incidência da CBS e do IBS. Ou seja, vai continuar sendo simples, mas será preciso um pouco mais de organização.
E as empresas de médio porte, como ficam?
Empresas que estão no Lucro Presumido ou Lucro Real vão sentir mudanças mais significativas. Isso porque todos os tributos indiretos que elas conhecem hoje (PIS, COFINS, ICMS e ISS) deixarão de existir. E, no lugar, entram a CBS e o IBS, com regras diferentes.
A boa notícia é que essas empresas terão mais facilidade para aproveitar créditos. Por exemplo, será possível ter crédito até sobre despesas que antes não geravam aproveitamento, como aluguel, energia elétrica e serviços de apoio. Isso pode reduzir bastante o valor efetivamente pago de imposto.
Por outro lado, benefícios fiscais estaduais e municipais vão acabar ou mudar de formato. Então, quem dependia de incentivos para pagar menos ICMS, por exemplo, vai precisar revisar todo o planejamento tributário.
Vai ser necessário investir em sistemas de controle mais robustos e treinar a equipe contábil para operar nesse novo modelo. A boa preparação fará toda a diferença entre economizar e pagar caro.
E para as grandes empresas?
Grandes empresas, especialmente aquelas que atuam em vários estados, devem se preparar para um impacto ainda maior. Hoje, uma empresa que vende em vários estados precisa entender e seguir diversas legislações estaduais diferentes. Com a reforma, isso deve acabar: o IBS terá uma regra única, o que simplifica muito a operação.
Outra mudança importante é que a cobrança do imposto será feita no destino. Isso vai mudar a forma como os preços são calculados e pode afetar o lucro dependendo da região onde os clientes estão.
Mas talvez o ponto mais delicado seja o período de transição. Até 2033, as empresas terão que conviver com dois sistemas ao mesmo tempo: o atual e o novo. Isso significa mais trabalho, mais obrigações, mais riscos. Ter sistemas integrados e uma contabilidade bem ajustada será essencial.
O que toda empresa vai precisar mudar
Independentemente do tamanho, todas as empresas vão precisar se adaptar. Vai ser preciso revisar cadastros de produtos, atualizar sistemas de emissão de notas fiscais, reavaliar estratégias de precificação e planejamento tributário.
As obrigações acessórias (ou seja, os relatórios e declarações obrigatórias) ainda serão definidas. Mas a promessa é de que sejam mais simples. Mesmo assim, é importante estar pronto.
Empresas que se adaptarem mais rápido podem conseguir vantagens competitivas. As que demorarem correm riscos de pagar imposto a mais, perder créditos ou até enfrentar autuações.
Cronograma da Reforma: quando tudo isso vai acontecer?
A Reforma Tributária não será implantada de uma vez. A previsão é que ela aconteça em três fases:
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De 2026 a 2028: começa uma fase de testes, com alíquotas simbólicas para que todos se adaptem.
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De 2029 a 2032: os dois sistemas (o antigo e o novo) funcionarão ao mesmo tempo.
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Em 2033: o modelo antigo será extinto e o novo passa a valer sozinho.
Ou seja, não é para se desesperar, mas também não é para ignorar. Quem começar a se preparar desde já sai na frente.
Como se preparar desde agora
Se você quer passar por essa mudança com tranquilidade, aqui vão algumas dicas:
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Entenda como sua empresa vai ser impactada
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Atualize seus sistemas e cadastros
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Treine sua equipe
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Converse com seu contador
E principalmente: não espere chegar 2029 para começar a se organizar. Isso pode custar caro.
Como a SABER Contábil pode te ajudar
A SABER Contábil está acompanhando cada passo da Reforma Tributária e já tem soluções pensadas para empresas de todos os tamanhos. Nosso objetivo é garantir que você não pague mais do que o necessário e aproveite todos os benefícios que o novo sistema pode trazer.
Com uma análise personalizada, ajudamos você a entender onde estão os riscos, quais créditos você pode aproveitar e como ajustar seus sistemas para não ter problemas no futuro.
Conclusão
A Reforma Tributária vai mudar muita coisa. E quanto mais cedo você entender essas mudanças, mais preparado vai estar para crescer com segurança.
Não deixe sua empresa para trás. Fale com a SABER Contábil e veja como podemos te ajudar nessa transição.
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