Se você é empreendedor de supermercado, pode estar se perguntando se o Simples Nacional é o melhor regime tributário para sua empresa. É natural que queira algo mais simples e que reduza custos. Neste artigo vou explicar de maneira muito clara e passo a passo o que o Simples oferece, como funciona, por que, na maioria das vezes, ele pode não ser vantajoso para supermercados e o que considerar em seu lugar. Vamos juntos?
Índice
ToggleO que é o Simples Nacional
Vamos começar do começo. O Simples Nacional é um regime tributário criado para simplificar o pagamento de impostos de empresas de pequeno porte. Em lugar de pagar uma série de tributos separadamente, a empresa recolhe tudo em uma única guia mensal. Isso facilita a vida — e é uma proposta muito boa para quem está começando.
Mas já adianto: “simplificar” não significa “ser sempre a melhor opção”. É como um atalho — ótimo na maioria das vezes, mas pode não levar você ao destino certo se o terreno for complicado — e, no caso de supermercados, geralmente é.
Como funciona para supermercados
O Simples Nacional é dividido em anexos, que são tabelas com alíquotas e regras diferentes para cada tipo de atividade. Os supermercados, por serem classificados como atividade de comércio, entram no Anexo I.
As alíquotas do Simples Nacional não são fixas. Elas variam conforme o faturamento acumulado dos últimos 12 meses da empresa. Ou seja, quanto mais o supermercado fatura, maior será a alíquota aplicada. Esse cálculo leva em conta uma alíquota nominal e um fator chamado “alíquota efetiva”, que resulta da aplicação de uma fórmula prevista na lei do Simples.
No Anexo I, que é onde os supermercados se enquadram, o imposto começa em torno de 4% para quem fatura pouco e pode chegar a mais de 11% conforme o crescimento do faturamento.
Além disso, o Simples unifica vários tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS e contribuição previdenciária do empresário. Essa centralização torna o pagamento mais prático, mas como veremos adiante, nem sempre é financeiramente vantajoso para supermercados.
Vantagens e aparente atratividade
O que atrai muitos empreendedores para o Simples é a facilidade no pagamento e na burocracia. Não é necessário lidar com vários impostos separadamente, nem com obrigações acessórias complexas. Tudo fica mais enxuto, especialmente no início do negócio.
Essa organização unificada parece ser um alívio, principalmente para quem está começando e quer focar mais na operação do supermercado do que na papelada. Mas essa simplicidade precisa ser comparada com os custos reais, pois o barato pode sair caro, principalmente quando o faturamento aumenta.
Desvantagens na prática
Agora, deixe-me mostrar onde normalmente o Simples Nacional se mostra problemático para supermercados:
Primeiro, as margens de lucro no varejo são apertadas. Supermercados giram com margens finas e muitos volumes. As alíquotas crescentes podem rapidamente corroer o pouco lucro que sobra.
Além disso, o ICMS — um imposto estadual que pesa no varejo — nem sempre entra bem no cálculo do Simples. Em alguns estados, o Simples acaba “enganando” o empresário com alíquota aparentemente baixa, mas na hora de pagar ICMS efetivo, a carga tributária final fica alta.
Outro ponto importante é que o supermercado trabalha com um mix bastante elevado de produtos. Muitos desses produtos possuem benefícios fiscais específicos. Como o Simples Nacional já é considerado um regime com tratamento favorecido, a Receita Federal veda o acúmulo de outros benefícios fiscais. Isso significa que, se um produto tiver um benefício de redução de imposto, o supermercado não poderá aproveitá-lo caso esteja no Simples.
Além disso, os incentivos fiscais para supermercados são limitados no Simples. Enquanto outros regimes permitem planejar melhor a carga tributária com base em créditos e devoluções (especialmente de ICMS), no Simples essas possibilidades quase não existem.
O resultado é que o Simples acaba sendo menos econômico do que parecia originalmente — sobretudo quando o supermercado cresce e ultrapassa faixas de faturamento menores. O que começou como vantagem se transforma numa armadilha.
Erros comuns ao adotar
Muita gente comete erros simples, mas que fazem toda a diferença:
-
Achar que Simples é sempre a melhor escolha sem comparar com outros regimes, como Lucro Presumido ou Lucro Real. Cada negócio é único.
-
Ignorar o impacto do ICMS e das margens apertadas do varejo.
-
Não simular cenários de faturamento futuro. Supermercado geralmente cresce e, ao ultrapassar um limite, muda sua faixa e paga mais de tributação.
-
Achar que é irrelevante contar com um contador especializado em varejo.
É aí que entra a SABER Contábil: um parceiro confiável que conhece o setor e pode ajudar a fazer uma análise realista e definitiva sobre o que funciona para você — e te preparar para crescer com segurança.
Alternativas mais adequadas
Então, se o Simples não é o ideal, qual caminho seguir? As opções mais válidas são o Lucro Presumido ou o Lucro Real.
No Lucro Presumido, você paga impostos com base em uma margem de lucro presumida. No caso do comércio, essa margem é de 8% para apuração do IRPJ e 12% para o CSLL. Isso significa que esse regime só compensa quando a margem líquida da empresa é igual ou superior a esses percentuais. Se a sua margem for menor, você pode acabar pagando mais imposto do que deveria.
No Lucro Real, o recolhimento é feito com base no lucro efetivamente apurado. Apesar de exigir mais controle financeiro e contábil, esse regime permite aproveitar créditos fiscais, controlar despesas e planejar melhor os tributos. Para supermercados com margens apertadas e boa organização financeira, essa pode ser a melhor escolha.
O importante é simular: compare o custo tributário em cada regime, considerando seu faturamento real, sua margem, seu estoque, seu ICMS e projeções de crescimento.
Conclusão
Para concluir, quero que fique bem claro: o Simples Nacional, que parece atraente pela simplicidade e unificação de tributos, na maioria dos casos não é o regime mais vantajoso para supermercados. As particularidades do varejo — como margens apertadas, relevância do ICMS, mix de produtos com benefícios fiscais e a necessidade de planejamento eficiente — costumam tornar o Simples menos eficiente do que outros regimes.
Se você quer crescer com segurança, poupar dinheiro de forma inteligente e evitar surpresas tributárias, vale muito à pena contar com a SABER Contábil. Eles conhecem seu tipo de negócio, sabem como as leis valem para supermercados e ajudam você a escolher o regime que realmente faz sentido, acompanhando sua empresa passo a passo.
Se tiver dúvidas, estou aqui para ajudar – com paciência, clareza e didatismo, como seu amigo contábil de confiança.
QUERO PAGAR MENOS IMPOSTO NO MEU SUPERMERCADO